Introdução
As descobertas científicas do último século sobre as relações entre indivíduos e espécies, especialmente o legado de Charles Darwin, parecem ainda não ter fecundado nossa moralidade cotidiana.
As conclusões de Darwin permitem que estruturemos nossa noção do que é a vida com base na ideia de mutação. Este conhecimento, obviamente, não é uma descoberta darwiniana. São diversas as correntes de pensamento, algumas milenares, baseadas nas ideias de impermanência e interdependência. Mas a contribuição de Darwin vai além disto.
Apesar destas duas características da natureza – impermanência e interdependência – serem facilmente observáveis, internalizá-las de modo a estruturarem nossos hábitos, nossos padrões de funcionamento mental, nossos túneis de realidade, incluindo aí nossa moralidade, gerando um distanciamento do egoísmo pautado unicamente pela auto-sobrevivência, parece não ser assim tão fácil, principalmente em um modelo de civilização arrogante como o nosso, cuja crença central é a de que toda a natureza é subserviente aos propósitos humanos e que podemos reorganizá-la e alterá-la ao nosso bel prazer, inclusive selecionando as espécies que “merecem” permanecer vivas.
Não somos o centro do universo
Os modelos antropocêntricos e desenvolvimentistas majoritários no pensamento científico marcaram a interpretação comum do legado de Darwin:
“Há duas maneiras nas quais a ideia de evolução tem sido mal utilizada. Uma é a maneira otimista que fala que tudo está ficando melhor e melhor, e nós devemos ir juntos com isto – esta evolução é uma espécie de escada que pode nos levar a qualquer lugar. Esta era a visão de Lamarck e Hubert Spencer. A ideia de que o crescimento – por exemplo, crescimento econômico – é natural e requerido – é uma ideia mítica. Isto não pode estar certo, porque as coisas não crescem indefinidamente; elas crescem até estarem grandes o suficiente. (…) Darwin nunca usou a palavra evolução (…). E as pessoas acham que isto é Darwinismo, e que isto é uma grande descoberta científica. O que isto é, é mito, e se alguém disser que é um mito de criação, eu suponho que seja, no sentido de que é uma das histórias que diferentes culturas possuem para explicar porque as coisas são como são dizendo como elas eram antes. A outra grande má compreensão é uma que diz que o universo é regido pela competição hostil entre os indivíduos. Isto também não é Darwin. (…) Esta é uma fantasia sobre como a vida foi feita, porque os organismos cooperam constantemente. Os pequenos pedaços em nossas células eram originalmente organismos separados, que começaram a trabalhar juntos. Se não houver um conjunto enorme de cooperações deste tipo, não se pode ter organismos de modo algum”. (1)
Retirando do pensamento de Darwin a interpretação centrada na competição hostil e no obrigatório progresso, o que sobra?
Darwin acoplou à antiga percepção da vida como eterna transformação a ideia de seleção natural. Com os posteriores avanços da Genética, chegou-se à proposição de que cada novo ser nascido recebe informações genéticas de seus “progenitores” (pais e mães em animais sexuados, mas também por outros meios, incluindo os meios vegetais). Neste percurso ocorrem mutações nos genes, gerando características que não existiam antes. Estas mutações podem significar algo bom ou algo ruim para o novo ser. Isto é, podem ajudar ou atrapalhar a adaptação deste ser às condições ambientais e modos de vida possíveis em seu tempo e lugar. Se uma mutação trouxer benefícios, provavelmente o animal/vegetal será bem sucedido em sua sobrevivência e reproduzirá mais que os outros. À medida que mais gerações de seres forem nascendo com esta nova característica, permitindo maior adaptabilidade ao ambiente e maior facilidade de sobrevivência, criando a possibilidade de maior tempo de vida e número de reproduções do que os que não a possuem, tal característica tenderá a ser o padrão em tal espécie. Muitas mutações ao longo do tempo acabam criando uma nova espécie (quando os membros desta não conseguirem mais se reproduzir com os membros da espécie antiga). Novas espécies também são geradas por mudanças geográficas, já que em cada lugar, dadas as especificidades ambientais, características diferentes são benéficas e seres diferentes acabam surgindo.
Este conhecimento nos reposiciona no mundo: somos apenas uma das espécies que vêm surgindo e se transformando desde mais ou menos 3,7 bilhões de anos atrás, quando as primeiras bactérias parecem ter surgido. Compartilhamos ancestrais comuns com as demais espécies e com elas possuímos proximidade genética.
O processo de surgimento, transformação e extinção de espécies é, portanto, altamente complexo. Mais de 99% das espécies que já passaram pela Terra já foram extintas (2), e isso não se deve ao comportamento destrutivo humano (ainda que este tenha acelerado o processo nas últimas décadas). São bilhões de anos de surgimento e desaparecimento de espécies devido às incontáveis relações entre espécies e entre as espécies e os ambientes.
Entender que a vida é algo que se recria a cada momento de forma interdependente, onde todas as espécies são partes igualmente importantes, nos leva a alterar valores (3): o ser humano não é o centro do universo. Não somos a espécie mais importante da Terra. As outras espécies não foram criadas para nosso uso. Convivemos no mesmo momento da história da vida que todos os outros seres vivos atualmente existentes.
Somos todos parte de uma rede inacreditavelmente imensa de seres vivos que cumprem seus papéis nesse estupendo conjunto de relações que é a vida. Nenhum ser é independente ou mais importante que outro.
Esta compreensão deveria fazer desabar o edifício antropocêntrico e especista de nossas ciências e moralidades, mas parcela considerável da humanidade continua crendo que quem não possui o tipo de razão, linguagem e pensamento abstrato que possuímos não merece o mesmo respeito que nós gostamos de merecer.
Nós mesmos não somos apenas nós mesmos. “Cada um de nós é uma grande cidade de células, e cada célula, uma cidade de bactérias. Somos uma grande megalópole de bactérias” (4). Sem estas bactérias o organismo humano seria impossível. O que justifica nossa arrogância?
Ciência e Ética
Quanto mais conheço sobre a história da vida no planeta, mais profundo fica meu respeito. É difícil para nós pensar na escala de tempo desta história. Bilhões de anos! Nossa mente não está adaptada para pensar nesta proporção. Pensar quantas espécies surgiram e desapareceram, quantas extinções em massa já houveram, quantas explosões de vida já ocorreram, quantas vezes a vida saiu e voltou totalmente para as águas. É difícil perceber o quanto pequena é nossa participação nesta história (ainda que nosso poder destrutivo e criativo não seja nada pequeno), mas é preciso.
Para arquitetarmos nossos juízos éticos é importante ter em alta conta as incontáveis relações entre todos os seres vivos. Pensar que as mitocôndrias de nossas células já foram bactérias independentes (e até hoje possuem seus próprios DNAs, diferentes dos nossos). Pensar em todas as relações entre bactérias e vegetais, como as do gênero Rhizobium, que permitem que as raízes das plantas absorvam nitrogênio da atmosfera e existam. Enfim, contemplar os incríveis e gigantescos processos de adaptações e relações, do nível dos genes ao dos ecossistemas. Conjuntos e mais conjuntos de relações.
Se esta magnanimidade não nos criar um profundo senso de respeito, não sei o que poderia criar.
Este maravilhamento, que parece ser o ponto de partida tanto das ciências quanto das religiões, e esta noção – ainda que limitada – sobre tudo o que já ocorreu e continua ocorrendo para que a vida exista deveria estar no fundamento de nossa moralidade no que se refere ao modo de nos relacionar com o mundo no qual fazemos parte, com nossa natureza.
O objetivo maior das ciências, portanto, deveria ser aumentar nossa consciência sobre o mundo para vivermos vidas pautadas em princípios mais nobres, dignos e respeitosos, e não o “conhecer para dominar”, tão típico destas áreas do pensamento humano.
Conhecer melhor a alteridade nos ajuda a sabermos como agir em relação a ela. Assim, no fundamento do processo de conhecimento há um profundo questionamento ético, e é mais do que urgente que fundamentemos e vivamos nossa dimensão ecológica de modo eticamente aceitável. Está aí o desafio para que nossas ciências percebam o papel nefasto que têm cumprido nos últimos séculos e religuem-se ao nobre papel do conhecimento na geração de sabedoria. Que nossas ciências possam sair das trevas da ignorância.
As descobertas científicas do último século sobre as relações entre indivíduos e espécies, especialmente o legado de Charles Darwin, parecem ainda não ter fecundado nossa moralidade cotidiana.
As conclusões de Darwin permitem que estruturemos nossa noção do que é a vida com base na ideia de mutação. Este conhecimento, obviamente, não é uma descoberta darwiniana. São diversas as correntes de pensamento, algumas milenares, baseadas nas ideias de impermanência e interdependência. Mas a contribuição de Darwin vai além disto.
Apesar destas duas características da natureza – impermanência e interdependência – serem facilmente observáveis, internalizá-las de modo a estruturarem nossos hábitos, nossos padrões de funcionamento mental, nossos túneis de realidade, incluindo aí nossa moralidade, gerando um distanciamento do egoísmo pautado unicamente pela auto-sobrevivência, parece não ser assim tão fácil, principalmente em um modelo de civilização arrogante como o nosso, cuja crença central é a de que toda a natureza é subserviente aos propósitos humanos e que podemos reorganizá-la e alterá-la ao nosso bel prazer, inclusive selecionando as espécies que “merecem” permanecer vivas.
Não somos o centro do universo
Os modelos antropocêntricos e desenvolvimentistas majoritários no pensamento científico marcaram a interpretação comum do legado de Darwin:
“Há duas maneiras nas quais a ideia de evolução tem sido mal utilizada. Uma é a maneira otimista que fala que tudo está ficando melhor e melhor, e nós devemos ir juntos com isto – esta evolução é uma espécie de escada que pode nos levar a qualquer lugar. Esta era a visão de Lamarck e Hubert Spencer. A ideia de que o crescimento – por exemplo, crescimento econômico – é natural e requerido – é uma ideia mítica. Isto não pode estar certo, porque as coisas não crescem indefinidamente; elas crescem até estarem grandes o suficiente. (…) Darwin nunca usou a palavra evolução (…). E as pessoas acham que isto é Darwinismo, e que isto é uma grande descoberta científica. O que isto é, é mito, e se alguém disser que é um mito de criação, eu suponho que seja, no sentido de que é uma das histórias que diferentes culturas possuem para explicar porque as coisas são como são dizendo como elas eram antes. A outra grande má compreensão é uma que diz que o universo é regido pela competição hostil entre os indivíduos. Isto também não é Darwin. (…) Esta é uma fantasia sobre como a vida foi feita, porque os organismos cooperam constantemente. Os pequenos pedaços em nossas células eram originalmente organismos separados, que começaram a trabalhar juntos. Se não houver um conjunto enorme de cooperações deste tipo, não se pode ter organismos de modo algum”. (1)
Retirando do pensamento de Darwin a interpretação centrada na competição hostil e no obrigatório progresso, o que sobra?
Darwin acoplou à antiga percepção da vida como eterna transformação a ideia de seleção natural. Com os posteriores avanços da Genética, chegou-se à proposição de que cada novo ser nascido recebe informações genéticas de seus “progenitores” (pais e mães em animais sexuados, mas também por outros meios, incluindo os meios vegetais). Neste percurso ocorrem mutações nos genes, gerando características que não existiam antes. Estas mutações podem significar algo bom ou algo ruim para o novo ser. Isto é, podem ajudar ou atrapalhar a adaptação deste ser às condições ambientais e modos de vida possíveis em seu tempo e lugar. Se uma mutação trouxer benefícios, provavelmente o animal/vegetal será bem sucedido em sua sobrevivência e reproduzirá mais que os outros. À medida que mais gerações de seres forem nascendo com esta nova característica, permitindo maior adaptabilidade ao ambiente e maior facilidade de sobrevivência, criando a possibilidade de maior tempo de vida e número de reproduções do que os que não a possuem, tal característica tenderá a ser o padrão em tal espécie. Muitas mutações ao longo do tempo acabam criando uma nova espécie (quando os membros desta não conseguirem mais se reproduzir com os membros da espécie antiga). Novas espécies também são geradas por mudanças geográficas, já que em cada lugar, dadas as especificidades ambientais, características diferentes são benéficas e seres diferentes acabam surgindo.
Este conhecimento nos reposiciona no mundo: somos apenas uma das espécies que vêm surgindo e se transformando desde mais ou menos 3,7 bilhões de anos atrás, quando as primeiras bactérias parecem ter surgido. Compartilhamos ancestrais comuns com as demais espécies e com elas possuímos proximidade genética.
O processo de surgimento, transformação e extinção de espécies é, portanto, altamente complexo. Mais de 99% das espécies que já passaram pela Terra já foram extintas (2), e isso não se deve ao comportamento destrutivo humano (ainda que este tenha acelerado o processo nas últimas décadas). São bilhões de anos de surgimento e desaparecimento de espécies devido às incontáveis relações entre espécies e entre as espécies e os ambientes.
Entender que a vida é algo que se recria a cada momento de forma interdependente, onde todas as espécies são partes igualmente importantes, nos leva a alterar valores (3): o ser humano não é o centro do universo. Não somos a espécie mais importante da Terra. As outras espécies não foram criadas para nosso uso. Convivemos no mesmo momento da história da vida que todos os outros seres vivos atualmente existentes.
Somos todos parte de uma rede inacreditavelmente imensa de seres vivos que cumprem seus papéis nesse estupendo conjunto de relações que é a vida. Nenhum ser é independente ou mais importante que outro.
Esta compreensão deveria fazer desabar o edifício antropocêntrico e especista de nossas ciências e moralidades, mas parcela considerável da humanidade continua crendo que quem não possui o tipo de razão, linguagem e pensamento abstrato que possuímos não merece o mesmo respeito que nós gostamos de merecer.
Nós mesmos não somos apenas nós mesmos. “Cada um de nós é uma grande cidade de células, e cada célula, uma cidade de bactérias. Somos uma grande megalópole de bactérias” (4). Sem estas bactérias o organismo humano seria impossível. O que justifica nossa arrogância?
Ciência e Ética
Quanto mais conheço sobre a história da vida no planeta, mais profundo fica meu respeito. É difícil para nós pensar na escala de tempo desta história. Bilhões de anos! Nossa mente não está adaptada para pensar nesta proporção. Pensar quantas espécies surgiram e desapareceram, quantas extinções em massa já houveram, quantas explosões de vida já ocorreram, quantas vezes a vida saiu e voltou totalmente para as águas. É difícil perceber o quanto pequena é nossa participação nesta história (ainda que nosso poder destrutivo e criativo não seja nada pequeno), mas é preciso.
Para arquitetarmos nossos juízos éticos é importante ter em alta conta as incontáveis relações entre todos os seres vivos. Pensar que as mitocôndrias de nossas células já foram bactérias independentes (e até hoje possuem seus próprios DNAs, diferentes dos nossos). Pensar em todas as relações entre bactérias e vegetais, como as do gênero Rhizobium, que permitem que as raízes das plantas absorvam nitrogênio da atmosfera e existam. Enfim, contemplar os incríveis e gigantescos processos de adaptações e relações, do nível dos genes ao dos ecossistemas. Conjuntos e mais conjuntos de relações.
Se esta magnanimidade não nos criar um profundo senso de respeito, não sei o que poderia criar.
Este maravilhamento, que parece ser o ponto de partida tanto das ciências quanto das religiões, e esta noção – ainda que limitada – sobre tudo o que já ocorreu e continua ocorrendo para que a vida exista deveria estar no fundamento de nossa moralidade no que se refere ao modo de nos relacionar com o mundo no qual fazemos parte, com nossa natureza.
O objetivo maior das ciências, portanto, deveria ser aumentar nossa consciência sobre o mundo para vivermos vidas pautadas em princípios mais nobres, dignos e respeitosos, e não o “conhecer para dominar”, tão típico destas áreas do pensamento humano.
Conhecer melhor a alteridade nos ajuda a sabermos como agir em relação a ela. Assim, no fundamento do processo de conhecimento há um profundo questionamento ético, e é mais do que urgente que fundamentemos e vivamos nossa dimensão ecológica de modo eticamente aceitável. Está aí o desafio para que nossas ciências percebam o papel nefasto que têm cumprido nos últimos séculos e religuem-se ao nobre papel do conhecimento na geração de sabedoria. Que nossas ciências possam sair das trevas da ignorância.
Notas
(1) Traduzido pelo autor de entrevista disponível em http://www.sheilaheti.net/midgley.html.
(2) DAWKINS, Richard: Desvendando o Arco-Íris: ciência, ilusão e encantamento. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 107.
(3) Assim como a Astronomia, a Geologia e todos estes conhecimentos sobre como o Universo, a Terra e a Vida vieram a ser como são, que nos permitem nos comparar, nos repensar e nos colocar em nosso devido lugar no universo (o que não é sinônimo de nos considerarmos sem valor).
(4) DAWKINS, Richard: Desvendando o Arco-Íris: ciência, ilusão e encantamento. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 27.
(1) Traduzido pelo autor de entrevista disponível em http://www.sheilaheti.net/midgley.html.
(2) DAWKINS, Richard: Desvendando o Arco-Íris: ciência, ilusão e encantamento. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 107.
(3) Assim como a Astronomia, a Geologia e todos estes conhecimentos sobre como o Universo, a Terra e a Vida vieram a ser como são, que nos permitem nos comparar, nos repensar e nos colocar em nosso devido lugar no universo (o que não é sinônimo de nos considerarmos sem valor).
(4) DAWKINS, Richard: Desvendando o Arco-Íris: ciência, ilusão e encantamento. São Paulo, Companhia das Letras, 2000, p. 27.
(Texto adaptado pela professora. Publicado em 08 de dezembro de 2012. Disponível em: http://www.anda.jor.br/08/12/2012/ciencia-e-etica-darwin)
Após ler o texto, responda as questões:
1) Qual a ideia principal do texto? Explique com suas palavras.
2) Explique a afirmação: “Não somos o centro do universo”.
3) O que você sabe da teoria da Seleção Natural de Darwin?
4) Como pode ser comprovada a teoria de Darwin? Justifique sua resposta.
5) Que outras teorias evolutivas existem? Fale resumidamente sobre eles e dê sua opinião.
1) Qual a ideia principal do texto? Explique com suas palavras.
2) Explique a afirmação: “Não somos o centro do universo”.
3) O que você sabe da teoria da Seleção Natural de Darwin?
4) Como pode ser comprovada a teoria de Darwin? Justifique sua resposta.
5) Que outras teorias evolutivas existem? Fale resumidamente sobre eles e dê sua opinião.
Data de entrega: 23/05/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário